Rá ou Ré é a principal divindade da mitologia egípcia. A forma onomástica mais correta em língua
portuguesa é Ré. Rá foi usado durante muito tempo por influência de obras historiográficas em língua
inglesa, onde a transliteração do nome do deus é Ra; porém, nas transliterações para português,
Rá é apenas admissível enquanto elemento inicial ou medial de um nome egípcio, mas nunca em
forma final ou isolada - daí Ramsés («nascido de Ré»), mas por exemplo, Setepenré (o nesu-biti
do faraó Ramsés II, significando «o escolhido de Ré», onde surge vocalizado como Ré e não Rá).
O seu principal centro de culto era a cidade de Iunu, no Norte do País (depois chamada Iunu-Ré,
em sua honra), à qual os Gregos deram mais tarde ainda o nome de Heliópolis ("cidade do sol"),
e que a Bíblia chama de On.
Descrição
Como uma das culturas agrícolas mais antigas e mais bem sucedidas da Terra, os antigos
egípcios deram ao seu deus sol, Ré, a supremacia, reconhecendo a importância da luz do
sol na produção de alimentos.
Rá
Ao amanhecer, Ré era visto como uma criança recém-nascida saindo do
céu ou de uma vaca celeste, recebendo o nome de Khepri. Por volta do
meio-dia Ré era contemplado como um pássaro voando ou barco navegando.
No pôr-do-sol, Ré era visto como um homem velho descendo para a terra
dos mortos, sendo conhecido como Atum. Durante a noite, Ré, como um
barco, navegava na direção leste através do mundo inferior em sua
preparação para a ascensão do dia seguinte. Em sua jornada ele tinha que
lutar ou escapar de Apep, a grande serpente do mundo inferior que tentava
devorá-lo. Parte da veneração a Ré envolvia a criação de magias para
auxiliá-lo ou protegê-lo em sua luta noturna com Apep, ajudando-o a
garantir a volta do Sol.
Devido à sua popularidade, o deus seria associado a outros deuses, como
Hórus, Sobek (Sobek-Ré), Amon (Amon-Ré) e Khnum (Khnum-Ré).
Tinha como esposa a deusa Ret (cujo nome é a versão feminina do nome Ré) ou Rettaui
("Ret das Duas Terras", ou seja, do Alto Egito e do Baixo Egito). Em outras versões surgem
como suas esposas as deusas Iusaas e Ueret-Hekau. Os deuses Hathor, Osíris, Ísis, Set, Hórus e
Maet eram por vezes apresentados como filhos de Ré.
Iconografia
Estela com imagem do deus Ré-Horakhty, Museu do Louvre, Paris
A representação habitual de Rá era na forma de um homem com cabeça de falcão
encimada pelo disco solar e pelo uraeus (serpente sagrada que cuspia fogo, destruindo
desta forma os inimigos do deus), segurando nas mãos o ankh e o ceptro uase.
Quando o deus realizava a sua viagem nocturna ao mundo subterrâneo era representado
como um homem mumificado com cabeça de carneiro (Efu Rá, "o sagrado carneiro do
Oeste"). Poderia ainda figurar como uma criança real cuja cabeça emerge de um lótus.
Rá tinha como emblema o obelisco que era considerado como um raio do sol petrificado.
Na sua forma animal poderia encarnar como falcão, leão, gato, como touro Mnévis (o ba de Rá)
ou no pássaro Benu.
Fonte: XamanAna Carletti
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